Na última sexta-feira, 6, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais de Mato Grosso (Sintect), Edmar Leite, esteve em Alta Floresta em reunião com os funcionários da sede dos Correios do município. Em entrevista à Rádio Progresso, Edmar relatou alguns problemas que acontecem na empresa pública não só em nosso município, mas em todo o país.
Segundo o presidente, a falta de investimentos por parte do governo em equipamentos, pessoal e reposição de trabalhadores interfere nos serviços e os desqualificam. “Não é culpa dos trabalhadores, ao contrário, eles tem se esforçado”, afirma Edmar sobre a atual qualidade no atendimento dos Correios. Com a falta de investimentos necessários para/com funcionários dos Correios, como contratação e reposição de pessoal, Edmar afirma que alguns funcionários acabam adoecendo por conta da sobrecarga de trabalho.
No município de Alta Floresta, o presidente diz faltar no mínimo mais quatro carteiros para entrega de correspondências e afirma ser insuficiente o número atual de atendentes nos caixas, que não passam dos seis.
Os trabalhadores dos Correios têm realizado freqüentes greves para cobrar melhorias no piso salarial, porém, o possível próximo manifesto será para chamar a atenção da população e fazer com que o governo pare com o processo de privatização da empresa. “Isso tudo é parte de um pacote para sucatear Os Correios, para dizer que ele não serve mais no modelo estatal e futuramente tentar privatizar”, disse Edmar. “Os serviços dos Correios que dão lucro atualmente serão transferidos aos setores privados enquanto o único serviço que ficaria a comando dos Correios é a entrega de cartas”, finalizou.
O Projeto da MP 532 de 2008 e a lei 12.490/11, permite a estatal criar empresas subsidiárias e adquirir controle ou participação acionária em sociedades empresariais já estabelecidas. A CorreiosPar, subsidiária de capital 100% dos Correios é um exemplo das muitas empresas públicas brasileiras que aderiram ao modelo de administração.
Correios 2020: O objetivo dos Correios até 2020 é atingir 1% do PIB nacional, em 2013 isso correspondeu a R$ 48bi, sendo o faturamento bruto dos correios R$ 16,7bi. “Ou seja, triplicar o faturamento para que 2020 atinja o lucro”, afirma Edmar Leite. Para atingir a meta, a empresa precisa cortar gastos, o que pode colocar em risco a qualidade dos serviços prestados à sociedade.
Publicado originalmente em : www.radioprogresso640.com.br
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