terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Festa do povo negro é roubada por empresários e especuladores do ramo

Uma festa popular não pode ser confiscada por especuladores e pela repressão


Cordeiros: o retrato da escravidão no Carnaval
 
 Durante o Carnaval é fácil perceber que pelo menos os grandes blocos e festas estão, hoje em dia, dominados pelo empresariado do ramo, que contrata artistas milionários, recebem verbas dos governos e, principalmente, mantém a população negra e pobre fora da festa.
Os trabalhadores negros, a população mais carente, aproveita as datas do Carnaval para levantar algum dinheiro, sendo contratados em subempregos, como os famigerados cordeiros, ou em profissões de limpeza e serviços gerais.
É claro que outros blocos procuram manter a festa como ela nasceu, como uma festa pública, onde o pobre, o trabalhador, pode se divertir durante a folia, como uma festa tipicamente popular.
Um dos mais conhecidos é o Ilê, ou o “mais belos dos belos”, que sempre se destaca ao celebrando uma festa genuinamente negra. É considerado o mais antigo bloco-negro do carnaval da cidade do Salvador, Bahia.
O carnaval em todo o Brasil mostra que a festa tem sido roubada da população negra e pobre. Em troca, o bloco destacado pelos governos, o bloco da polícia, é que se multiplica com o passar dos anos, bem como as leis restritivas, como a proibição da venda de cerveja, repressão aos foliões em geral, “lei seca”, etc.
Uma festa popular não pode ser confiscada por especuladores e pelas secretarias de segurança, que não promovem segurança alguma, só repressão em troca do lucro dos empresários.
A festa deve ser controlada pelo povo trabalhador organizado, em carnavais de rua, que acabem, de uma vez, com a transformação da festa em uma reedição da escravidão, como acontece com os cordeiros e outros trabalhadores e negros, e a repressão da polícia. 

Publicado originalmente em : www.pco.org. / Imagem : Google

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