sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

"Juizes de Fato"


Ministro do TST reconhece que assessores é que são os “juízes de fato” na Justiça do Trabalho 


Uma declaração dada pelo ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, um dos mais antigos no Tribunal Superior do Trabalho (TST) em entrevista ao jornal Valor Econômico (veja a íntegra aqui) explicita mais uma vez o que só o governo federal insiste em não enxergar: que o servidor é a mola mestra do Judiciário Federal.
Ministro Ives Gandra Martins (Foto: Divulgação / TST)
Ministro Ives Gandra Martins (Foto: Divulgação / TST)
“A sociedade acredita que eu que estou despachando, mas não sou eu. Eu chamo meus assessores de juízes de fato”, disse Gandra, ao criticar o sistema judiciário atual e a sobrecarga da Justiça do Trabalho, especificamente. É fato conhecido de toda categoria que em muitos casos quem faz os votos e sentenças são os assessores dos juízes, funcionários altamente qualificados trabalhando inclusive de casa e em suas horas de lazer – ainda assim, enquanto os magistrados receberam 40% de aumento, os servidores continuam amargando oito anos sem qualquer reajuste e o completo descaso do governo federal. A mesma situação repete-se no Ministério Público Federal, onde colegas minutam pareceres em todas as instâncias, muitas vezes até sem serem detentores de função comissionada ou cargo em comissão.
A declaração do ministro e a atual situação dos servidores deve ser motivo de reflexão para toda a categoria. Com a proximidade de um novo ano, a única certeza é que há mais lutas por vir e cada vez mais a união em torno do objetivo de aprovar o tão almejado reajuste salarial será fundamental para que o Palácio do Planalto entenda que o servidor não pode ser descartado dessa forma, como se não fosse um trabalhador merecedor de condições dignas de sobrevivência.


Publicado originalmente em : sitraemg.org.br

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