A prefeitura de São Paulo, comandada por Fernando Haddad (PT), informou, por meio de nota, na última sexta-feira, dia 26 de dezembro, que vai instituir o passe livre para estudantes de escolas públicas e para universitários do ProUni, Fies, cotistas e também inclui estudantes de universidades públicas, como a Universidade de São Paulo (USP).
Além do passe livre a prefeitura irá reajustar a tarifa do ônibus que de R$ 3,00 passará para R$ 3,50, a partir de 6 de janeiro. Os demais estudantes que não serão beneficiados continuarão pagando meia passagem, que terá o valor reajustado de R$ 1,50 para R$ 1,75.
Ao menos 505 mil estudantes, sendo aproximadamente 360 mil da rede pública e 145 mil na rede particular de ensino, incluindo os que fazem cursos no nível superior, serão beneficiados pela tarifa zero, estima a Prefeitura.
O projeto da tarifa zero ainda não tem data para entrar em vigor e as regras serão definidas pelo Executivo na regulamentação da lei. O texto foi aprovado por 36 votos favoráveis, 1 contrário e 3 abstenções. Mas, extrapolando a questão do passe livre o projeto de lei de autoria de Haddad prevê também que as empresas de ônibus demitam os cobradores, que representam cerca de 24 mil trabalhadores dos transportes.
Por sua vez, o governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB) também anunciou no mesmo dia que as tarifas de trens e metrô devem aumentar, apesar de o Secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo ter dito durante as eleições que não haveria aumento das passagens em 2015. As estimativas são que a passagem que hoje custa R$ 3,00 passe a custar entre R$ 3,40 e R$ 3,60.
Em 2013, os governos estadual e municipal anunciaram um reajuste conjunto das passagens de ônibus, trem e metrô para R$ 3,20. No entanto, devido aos protestos de junho de 2013 contra o aumento das passagens, que levou uma parcela expressiva da juventude e uma série de movimentos sociais às ruas das principais cidades do Brasil, o governo voltou atrás em relação ao aumento.
A tentativa de reajustar a tarifa do transporte comprova a influência das empresas de ônibus, uma associação de patrões das mais mafiosas, nos governos estadual e municipal.
Outro fator importante para ser analisado é a previsão de demissão dos cobradores de ônibus, que além de afetar a vida desses trabalhadores afeta também as condições de trabalho dos motoristas, uma vez que além de dirigirem os ônibus passarão a assumir a função de cobrar a passagem, colocando em risco os usuários e a ele mesmo.
O aumento das passagens e a demissão de trabalhadores são os meios encontrados pela prefeitura e pelo governo do estado para repassar um valor gigantesco para as empresas que ano a ano engordam seus lucros enquanto a população é obrigada a pagar por isso e se locomover com extrema precariedade pela cidade.
Embora a instituição do passe livre seja a garantia de um direito e uma necessidade, principalmente para a juventude, camada destituída de renda própria na sua maioria, ela deve se estender aos trabalhadores desempregados e ao lado dessa reivindicação deve-se ampliar a luta pela estatização dos transportes, colocando o serviço sob controle da população usuária e dos trabalhadores da categoria.
Só assim a juventude e os trabalhadores se organizarão como força política independente e combaterão os interesses dos empresários parasitas do transporte e garantirão um serviço público e de qualidade e os empregos dos trabalhadores.
Créditos:http://www.pco.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário